
Dylan Dog enfrenta provavelmente o seu maior desafio: sua própria morte. Qualquer erro, o menor deles, será mortal!
Uma Graphic Novel sobre morrer
Termino a leitura de Dylan Dog – Mater Morbi completamente estupefato. Que história espetacular, cheia de camadas e por que não, inesquecível. Isto sem falar da arte que vai surpreender o leitor.
Publicação da Mythos Editora, tem roteiro de Roberto Recchioni e a arte absolutamente linda de Massimo Carnevale. A tradução é de Júlio Schneider e o título está no selo Prime Edition da editora.
Impactante, sensível e lynchiana
Dylan Dog se percebe morrendo. Desta vez, entretanto, não é um monstro ou um mal externo. Uma doença está lhe ceifando e quando dá por si, já é tarde demais. Neste ponto a realidade tal qual aceitamos dá espaço a uma sequência digna das obras de David Lynch. Por isso, Mater Morbi se mostra um desafio extremamente mortal e nosso investigador do pesadelo não tem muita saída.
Entretanto uma amizade singular lhe permitirá repensar e avaliar o que deve ser feito. Tocando em temas como morte, fim, existência, dor, eutanásia e liberdade, esta história é sem dúvida alguma poderosa e tocante.
A arte de Carnevale é brilhante, além de linda. As várias técnicas que ele utiliza agregam demais e permitem o surgimento da atmosfera estranha que ela consegue nos apresentar.
Considerações finais
Vale apenas avisar que ela pode desencadear gatilhos por tratar de temas como a perda de entes queridos. Vale apenas atenção a este ponto, mas ainda assim é uma leitura deliciosa, que deve ser feita.
Certamente Dylan Dog é um personagem que preciso ler mais. Fiquei realmente impactado ao final, talvez pelos tempos de pandemia que vivemos. Com tantos mortos que se acumulam em números de muitas casas decimais, se deparar com Mater Morbi pode ser uma experiência única e aterradora.
Se cuidem e boa leitura!
Eu ainda não li Dylan Dog o tanto que gostaria, mas já é um personagem que quero conhecer mais. E você, curte o personagem? Tem alguma sugestão de número para eu procurar e ler? Deixa aí nos comentários.

Por: Daniel Braga
Pai de uma mulher, nerd, analista de sistemas especializado em infraestrutura, poeta, board game designer e sommelier de cervejas. Adora jogar board games e ouvir jazz anos 30/40, Dead Can Dance e rock and roll. Curte muito o gênero de horror e tudo relacionado, principalmente as boas leituras como Lovecraft, Blackwood, Machen e muitos outros.