
Mágico Vento é uma série tão boa que permite até mesmo que a criptozoologia tenha seu espaço. Simplesmente incrível!
Um Arquivo X no faroeste
Ao terminar de ler Mágico Vento – A besta, quarto volume da série, não pude deixar de me lembrar de alguns episódios da famosa e antiga série Arquivo X. Assim como na antiga série de TV, aqui neste volume o sobrenatural é apenas a lenda que esconde a realidade.
Mágico Vento foi idealizado por Gianfranco Manfredi em 1997. No Brasil, a publicação é feita pela Mythos Editora, com tradução de Júlio Schneider. A arte deste volume é de Frisenda. Como todo fumetti, ela é toda em preto e branco, assim como publicado pela Sérgio Bonelli Editore.
Nem só de misticismo vive o personagem
Esta história aborda um tema interessante exatamente por deixar a lenda esconder a realidade. Uma estranha criatura é a danação não só de índios, mas também dos mórmons. Mas onde ela vive e porque ataca é um mistério que nosso herói vai precisar descobrir.
Certamente este é um dos pontos altos desta série: a forma como eles abordam questões de costumes dos vários grupos humanos que viveram no velho oeste. Temos uma visão interessante e plural de sua diversidade, além de perceber como eles lidavam com as agruras daquele lugar.
Outro ponto interessante que acaba sendo abordado, ainda que muito de leve, é a exploração do petróleo e de como a promessa de riquezas mexe com a mente dos mais gananciosos. Estas camadas dão ao quadrinho uma profundidade ainda mais legal.
Considerações finais
Em conclusão, embora este seja um volume mais realista, ele ainda nos apresenta um ser absolutamente fantástico, digno da criptozoologia. Acaba também me remetendo um pouco ao Fantasma, também personagem da Mythos. Inegavelmente Mágico Vento é um personagem muito plástico, que permite uma grande amplitude de histórias. Que venham as próximas.
Boa leitura!
Já leu algum dos números que indicamos de Mágico Vento? Se não, dê uma chance pois a série é muito boa! Se sim, comente ai o que achou deste número!

Por: Daniel Braga
Pai de uma mulher, nerd, analista de sistemas especializado em infraestrutura, poeta, board game designer e sommelier de cervejas. Adora jogar board games e ouvir jazz anos 30/40, Dead Can Dance e rock and roll. Curte muito o gênero de horror e tudo relacionado, principalmente as boas leituras como Lovecraft, Blackwood, Machen e muitos outros.